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Posted on terça-feira, 12 de junho de 2012 @ 16:28 < 1 cheonsa >
Morrer é só não ser visto

Ainda me lembro dele, era um senhor com alguma idade tinha uns 70 anos por ai, todos os dias á noite sentava-se na sua grande cadeira vermelha com bordas de ouro e em frente á lareira abria o seu livro, um livro muito particular, era tão particular que me ficou na memória até hoje 'Morrer é só não ser visto ' era um livro pequeno e com uns desenhos meio esquisitos na capa, esse senhor sentava-se e lia esse livro como se estivesse a ler para alguém que estivesse na cadeira ao lado uma cadeira igualmente vermelha e com bordas de outro, aquela casa era bastante agradável tinha alguns quadros na parede, uma lareira, um sofá, e duas cadeiras grandes, havia também um pequeno armário com uma jarra com flores em cima eram rosas, rosas vermelhas e brancas eram de uma beleza extraordinária.
Todos os dias saía de casa á noite para me esquecer de todos os meus problemas, vestia o casaco com capuz metia os phones nos ouvidos enfiava o capuz e ia andando. A rua era escura e nada me chamava á atenção excepto aquela casa 'numero 21' as cortinas estavam sempre abertas e uma luz trespassava os vidros como raios de sol, o senhor estava sempre a fazer a mesma coisa como se estivesse lá alguém porém apenas eu não conseguia ver, era uma sensação esquisita, o senhor acenava-me sempre e esboçava um sorriso, retribuí sempre e depois disso sentia-me como se estivesse mais completa.   
Um dia ao percorrer a mesma rua mais uma vez reparei que as cortinas estavam fechadas e os estores para baixo, achei pois durante 2 anos foi sempre assim, porém continuei a andar, cheguei a casa e fui dormir. 

No dia seguinte ao entrar no café pedi o pequeno almoço e abri o jornal a notícia em destaque chamou-me á atenção ' Idoso encontrado em casa morto á cerca de 2 anos ' , por todo o meu corpo correu um arrepio, não era de frio muito menos de medo, meti na cabeça que não era aquele senhor que eu via todos os dias durante 2 anos, até que li o testemunho de um senhor que pelos vistos morava mesmo á frente da casa : ' Havia uma menina que todos os dias passava á frente da casa e parava, essa menina sorria sempre para dentro da escura casa onde a lareira á muito que já não era acesa ' , nesse preciso momento agarrei nas minhas coisas e saí daquele sítio, decidi ir até á casa, era realmente uma casa muito escura e via-se que a lareira não era acesa á muito tempo, estava-me a ir embora quando sinto novamente aquele arrepio, e nunca mais voltei aquela casa, a verdade é que até hoje nunca soube a verdade.